Universo e tudo mais | Equilíbrio de Forças


É engraçado pensar que toda força existente no mundo precise de um equilíbrio. Mais engraçado ainda é perceber que está lógica faz todo o sentido. O que seria do Batman, sem o Coringa? Teria o Smeagol sobrevivido sem o Gollum? Se o lado negro da força estivesse “iluminado”, teríamos tido o prazer de ver um Jedi se transformar em um Lord Sith?

É necessário o mal para existir o bem
Existe uma dependência entre o “bem” e o “mau”, podemos dizer que para que exista um lado bom, também precisamos do seu suposto doppelganger. É partindo desta premissa que cheguei à conclusão de que talvez não seja tão ruim ser um “fanboy”.

Você deve estar se perguntando agora:

“Espera ai Breno, de onde você tirou essa história de fanboy?”

Nas comunidades de fãs, sejam elas online ou off-line, existem basicamente dois tipos de indivíduos. De um lado, temos aqueles fãs que são mais parciais e do outro lado os xiitas do fandom. Às vezes, tenho a impressão de que os fãs radicais se sentem mais próximos do assunto do que os demais. Basicamente, este grupo é totalmente obcecado e hostil a qualquer opinião que diverge das suas. O amor dessa galerinha por muitas vezes se torna passional, gerando aquilo que chamamos de "flame". Sua paixão incondicional é também o seu grande revés, e é exatamente pelas atitudes extremistas que indivíduos como estes são mal vistos nas comunidades de fãs.

Depois de entendido realmente o que é um fanboy, poderíamos dizer que eles são os grandes vilões das comunidades? Muitos diriam que sim. Eu diria que sim há alguns anos atrás. Desde que comecei a estudar comunidades virtuais e o seu impacto no mercado de entretenimento, percebi que as atitudes extremistas do fanboys muitas vezes foram fator crucial na melhora do conteúdo produzido pelas grandes marcas e empresas do ramo. Lembro-me muito bem da primeira aparição de Wolverine nas telinhas do cinema. Fiquei muito entusiasmado em saber que um filme dos mutunas seria desenvolvido.

O "fanboy"
Sempre fui muito fã de super heróis e me sinto um grande fã dos quadrinhos da Marvel. O que para mim era motivo de grande alegria, para muitos foi uma verdadeira tragédia. Várias discussões referentes ao elenco e a produção do filme foram levantadas. A que mais se destacou foi a escolha de Hugh Jackman como Wolverine. Pera ai né gente, o galã Hollywoodiano é um gigante de quase dois metros, enquanto o Wolverine é descrito como um anão, feio, grosso, cabeludo e corcunda. A situação foi piorando com os outros filmes da Trilogia (X-men 2 e X-men O Confronto Final). Os fãs caíram de boca matando no coitado do Jackman, mas que ao contrário de muitos atores, acabou ouvindo a massa desvariada de fãs enlouquecidos. Após algumas declarações públicas, Hugh Jackman começou a sua metamorfose para transformar-se no verdadeiro Wolverine, o Logan dos fanboys. Todo esse processo deixou o personagem muito mais parecido com o original das histórias em quadrinhos, maquiando muito bem a grande estatura de Jackman. O flame gerado pela idolatria dos fãs foi tão grande que os filmes acabaram melhorando muito e se tornando ainda mais fiéis. Depois de trancos e barrancos, os recentes filmes do Wolverine tiveram grande aceitação, assim como o X-men Primeira Classe (4º filme dos mutunas).

Hugh Jackman como "Wolverine"
Hoje, a indústria está devidamente atenta aos seus desejos. Se você é fã, saiba que existem pessoas encarregadas de estudar seus hábitos para assim encontrar suas necessidades mais profundas referentes a algum produto, seja ele cultural ou não. Muitas vezes a reclamação dos fanboys parece chata e sem sentido, mas muitas vezes elas contribuem para a melhoria do que amamos. Então, se algum fanboy assumido estiver lendo isso neste exato momento, gostaria de deixar o meu agradecimento pessoal, pois sem você, o equilíbrio não existiria.

Por Breno Scafura

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