X-Men: Dias de um Futuro Esquecido | Crítica do filme


A luta entre mutantes e humanos foi elevada a outro nível.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, veio para provar que o conceito "O futuro é como um rio. Se você jogar pedras nele, ele fará ondas. Porém, ainda sim ele continuará fluindo”, não é absoluto.
Alexandre Teixeira.

Em 2012, quando a Fox anunciou que o próximo filme da franquia de X-Men seria baseado na HQ de “Dias de um Futuro Esquecido”, todos os fãs ficaram eufóricos com a noticia, porém ao mesmo tempo, um pouco preocupados, algo já comum no universo Cinema x HQ. Já que mexer com viagem no tempo é algo delicado e, na maioria das vezes, complicado. Bryan Singer então resolveu estudar um pouco sobre viagens temporais para poder incrementar ainda mais o filme e torná-lo uma boa experiência visual com uma história interessante.

Mística, um dos destaques da trama no novo filme
Singer além de ter sido o diretor e produtor do filme, ainda foi o co-escritor do roteiro. O longa não é uma adaptação da HQ, porém a HQ serve de base para a obra, já que alguns elementos das duas mídias diferem um do outro. O fato de Singer ter ajudado na construção do roteiro fica evidente na forma como o passado e o futuro se costuram.

Uma questão que deixou os fãs curiosos durante todo o período em que saiam informações sobre o longa foi: "A história se passará mais no passado ou no futuro?". Com o tempo, se soube que o filme passaria mais no passado, até porque, apesar dos X-Men veteranos estarem no filme, o destaque vai para o novo elenco, além do Wolverine, que aparece presente e em foco nos filmes da franquia.Todas as cenas do futuro são bem construídas e ficam ainda melhores se vistas em 3D. Durante alguns momentos no passado, o diretor fez questão de colocar um corte e mostrar o futuro explicando como aquilo influenciava o presente e como ele estava sendo alterado. O passado e futuro são tão bem conectados que é difícil perder o foco.

Os efeitos especiais do filme, em geral, são bons tanto no passado, quanto no futuro. As caracterizações dos dois períodos temporais foram bem construídas. Em 1973, figurinos, imagens, reportagens que passaram na época, caracterizaram o passado; enquanto o futuro foi construído em cima dos efeitos especiais, já que retratavam locações e situações inexistentes.  Os Sentinelas não desapontaram no seu visual retrô e na versão futurística, dando trabalho para os heróis nos dois momentos.

Logan e Charles Xavier, um encontro no passado
Muitos fãs imaginaram que Logan/Wolverine, seria o único destaque do filme, já que é ele quem volta ao passado, e não Kitty como acontece nos quadrinhos. O diretor fez questão de explicar o porquê de Logan voltar, pois apenas com os seus poderes regenerativos seria ele o único a poder viajar no tempo sem ter sua mente destruída, porém ele não é o único destaque do filme, Raven/Mística, vivida pela atriz Jennifer Lawrence, tem uma forte influência na trama, já que ela é um dos pontos chaves da história. Para quem gostou da Mística da trilogia inicial, vivida pela atriz Rebecca Romijin, vai perceber que a personalidade da jovem Mística já está mais similar à Mística de Romijin.

Michael Fassbender, o Magneto do passado, faz jus ao papel que Ian McKellen desempenhou nos filmes anteriores da franquia, Fassbender é elegante e "vestiu o capacete", incorporando a personalidade e foco do personagem. O Professor Xavier de Patrick Stewart é equilibrado, seguro e tem esperança, diferente da sua versão mais jovem, na qual James McAvoy retrata um Charles Xavier descrente do mundo, mostrando um lado mais sombrio do personagem. Um Charles que se negou a aceitar a si mesmo, e que com a ajuda de Wolverine, vai atrás de sua “redenção”. Existe um momento único no filme relacionado a Charles, em que ele vê quem ele realmente é e o que deve fazer para salvar aqueles que ama.

Wolverine, Magneto, Xavier e o novato Mércurio
Dois novos personagens chamam a atenção do expectador, o primeiro deles é Pietro Maximoff, mais conhecido como Mércurio. Evan Peters foi escalado para viver o personagem mais jovem, que foi retratado com um visual interessante e bem diferente das referências dos quadrinhos. Se pensarmos que o filme se passa nos anos 70, o visual de Pietro é bastante moderno para o período. Podemos remeter a cena de Mercúrio dentro no Pentágono à cena de Noturno na Casa Branca em X-Men 2 em termos de construção e dinâmica, que foram auxiliadas pelos efeitos especiais e pela profundidade do RealD.

Blink e seus poderes de invocar portais
Quem também chamou a atenção pelos seus poderes foi a mutante Blink, vivida pela atriz chinesa, Fan Bingbing, que apesar de não ter a pele rosa como nos quadrinhos, estava bem caracterizada. Seus portais foram um show de efeitos especiais e salvaram a pele de muitos mutantes durante o filme.

Peter Dinklage desempenhou belissimamente mais um de seus papeis como o cientista, Bolivar Trask, e que foi muito bem caracterizado como um homem dos anos 70. A atriz Anna Paquin, a Vampira, tinha uma cena prevista para o filme, mas que foi cortada e irá diretamente para os extras do DVD e/ou Blu-ray.

Analisando como um todo, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido é um ótimo filme para quem acompanha a franquia dos cinemas, para quem é fã dos quadrinhos, é preciso ir preparado para uma adaptação, fiel ou não, mas que foi construída pensando no grande público das telonas, sem deixar de fazer certas homenagens aos fãs das páginas dos quadrinhos. Singer conseguiu não só refazer a linha temporal da franquia, como deu um novo rumo para história. Alguns pontos não foram mencionados pelo diretor, ou serão deixados para as cenas cortadas que estarão no DVD/Blu-ray, uma delas é o porquê de Wolverine ter suas garras de Adamantium de volta no futuro e outra é como o poder de Kitty pode levar Wolverine de volta ao passado.

Não se esqueçam, o filme possui uma cena pós-crédito que faz referência ao próximo filme da franquia, X-Men: Apocalipse, que será lançado em 2016.

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