Atualmente quando se fala no lançamento de algum filme de terror a primeira pergunta que vem em sua cabeça é: Mais um filme sobre espíritos? Infelizmente, ou felizmente para alguns o circuito mainstream de longas de horror tem focado bastante em filmes envolvendo demônios, espíritos e exorcismo. Será que é apenas uma fase? só o tempo dirá.
Em 2014 um filme em particular me chamou muita atenção justamente por fugir dessa moda e abordar uma temática diferente e que está sendo pouco explorada nos cinemas, Indigenous. Eu sou fã de carteirinha de filmes de monstros e quando soube que um longa com a lenda do "Chupacabras" estava sendo exibido no Tribeca International Film Festival, tive que correr para procurar e só consegui assistir ontem (14) a película que filmada no Panamá.
Diferente do brasileiro "A Noite do Chupacabras" (2011) e do americano "Chupacabra vs The Alamo" (2013), Indigenous é uma produção de respeito com boa filmagem, atuações convincentes e um roteiro baseado na tensão criada pela criatura.
O que poderia dar de errado em umas férias no Panamá? - Foto: Reprodução internet |
Na trama, Um grupo de cinco amigos americanos chegando à vida adulta viaja para o Panamá para relaxar e se reconectar. Eles fazem amizade com uma moradora local no bar do hotel, que lhes conta que uma trilha secreta leva a uma bela cachoeira. Um surfista os aconselha a não ir até o local, avisando-os que outros visitantes sumiram na floresta, mas o grupo ignora os riscos e convence a jovem a levá-los até a pitoresca queda d’água. O que começa como um passeio divertido, logo se torna terrível quando sua guia desaparece misteriosamente.
O enredo é bem simples mas surpreende com o desenrolar dos fatos e a fuga dos clichês que esse tipo de filme acaba caindo, sem contar o clímax que é sensacional. É bom prestar atenção em alguns detalhes que passam despercebido no começo e que acabam se tornando um ponto chave na conclusão da obra.
O "terror" de Indigenous é baseado na tensão, a criatura quase não aparece e vai fazer você lembrar daqueles momentos da "Sessão da Tarde" assistindo Tubarão de Spielberg. E quando finalmente ela da as caras na tela, você não se decepciona e continua tomando sustos até o final. Foi interessante ver como transformaram a lenda quase que esquecida do Chupacabras e colocaram num patamar parecido com os monstros de "Abismo do Medo".
Uma última selfie antes de começar o desespero - Foto: Reprodução internet |
Como assisto muitos filmes de terror, tomar susto hoje é mais difícil e isso não acontece só comigo. Nas últimas sessões de longas do gênero que assisti em salas de cinema os filmes mais provocavam risadas do que sustos, Indigenous me mostrou o contrário. Devido ao fato de se passar mais de 90% dentro de uma floresta tropical onde os raios solares quase não penetram, o espectador quase não enxerga nada que está por trás dos arbustos e copas e os sustos são instantâneos, mesmo que não tenha nada ali.
O elenco é completamente desconhecido pra mim mas exerceram bem os seus papéis e mesmo o filme não sendo "found footage" (câmera encontrada) conseguem convencer e passar o medo e a tensão. Claro que temos situações clichês como o rapaz que se desprende do grupo e vai explorar a selva sozinho e aquelas épicas quedas nos momentos de perseguição, mas que em Indigenous se tornam plausíveis e não parece uma cópia descarada de "Sexta-Feira 13".
No final o que sobra é a adrenalina - Foto: Reprodução internet |
A internet tem um papel fundamental na trama. Acredito que foi umas das raríssimas vezes em que foi usada de forma convincente e interessante, com isso o filme ganha bastante credibilidade.
Se você está procurando um filme de terror para assistir com os amigos ou com seu companheiro (a) e quer tomar bons sustos, Indigenous é uma ótima pedida para o fim de semana.
Escrito por Max Roberts e dirigido por Alastair Orr, o filme é estrelado por Zachary Soetenga, Lindsey McKeon, Sofia Pernas, Pierson Fode, Jamie Anderson e Juanxo Villaverde.
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