Super-vilões mantidos em prisões de segurança máxima são designados para formar uma equipe inusitada e combater as novas ameaças trazidas pelos poderosos meta-humanos e vigilantes que se estabeleceram na Terra. Esse Esquadrão pode ser a última esperança para defender o planeta, mesmo que sua formação e métodos não sejam convencionais.
Por Eduardo Bélico e Kiki Bélico
Esquadrão Suicida apresenta um elenco de atores bem selecionados e conhecidos pelo público, que conseguem, em meio a uma trama simples, atrair a atenção e levar o espectador a conhecer mais profundamente os dilemas e personalidades de cada um. Além da distinta atuação, a caracterização individual dos personagens é outro ponto relevante a se observar na produção, até mesmo com pequenos easter-eggs em relação a seus visuais (especialmente a menção a Alex Ross em seu famoso retrato da Arlequina e Coringa).
Um dos destaques do filme é Will Smith como o Pistoleiro, um assassino de aluguel, que, por trás de
Outra inegável performance vai para a Arlequina de Margot Robbie, marcada pela perfeita encarnação da personagem, que traz o charme, sensualidade, dissimulação e loucura necessários. Através de uma boa direção, balanceia estes quatro elementos, sem que um anule o outro, possuindo ainda uma cativante personalidade, que faz dela o elo de ligação do grupo e quabra tensões, fazendo com que o relacionamento destes complexos indivíduos funcione.
Sem grandes cenas de ação e definitivamente sem poderes, Viola Davis faz jus ao papel de Amanda Waller, marcando suas cenas com uma imponente personalidade e duras expressões. Não apenas responsável por unir a equipe, Waller direciona o andar do filme em importantes momentos, funcionando como uma espécie de contrapeso para toda a loucura e conflito de histórias apresentados.
Seria impensável construir uma crítica sobre Esquadrão Suicida sem adentrar na nova interpretação do Coringa. Não há como não relacionar o retrato construído por Heath Leadger, que explora um lado muito mais psicológico do personagem, enquanto Leto, sem deixar este aspecto, busca um lado mais gangster, direcionado para o controle da criminalidade e de violência. Sem comparar questões de atuação, vez que isso envolve não só o ator, como a direção e a trama, Jared Leto entrega um Coringa bastante próximo da caracterização dos quadrinhos, ainda que deixe de lado o aspecto cômico que o personagem carrega, melhor retratado por Jack Nicholson e Mark Hamill (voz).
Simples e efetiva, é uma maneira de caracterizar a trama. O filme não toma grandes riscos ao inserir um vilão e objetivos bastante diretos, mas atinge sua proposta e triunfa em lançar populares personagens das HQs para o universo do cinema. É notório, ainda, o diferente ritmo que a exposição da obra possui, fugindo das propostas das recentes produções que têm chegado aos cinemas.
O resultado final da adaptação, por sua vez, acaba por apresentar algumas falhas, com evidentes cortes e problemas no desenvolvimento individual dos membros do Esquadrão. Ainda assim, alguns cortes funcionam para introduzir as histórias de fundo dos protagonistas, mas realmente há uma carência na evolução de cada membro, enquanto existe uma clara ênfase sobre o Pistoleiro e a Arlequina.
Os efeitos especiais, ainda que não impecáveis, integram bem o filme e contribuem na construção da identidade visual escolhida, até mesmo trazendo similaridades do próprio visual das HQs. São esses pequenos detalhes que ajudam a alavancar a produção, que recebeu a participação até mesmo de heróis como Batman e Flash.
Esquadrão Suicida oferece uma trama bem direta e sem grandes surpresas através de um enredo simples e adaptado para o público em geral, mas ainda respeitando os fãs dos quadrinhos com relevantes referências e fiéis encarnações dos personagens. Cumpre, assim, seu papel em introduzir diversos rostos da DC e dar mais um passo em direção à Liga da Justiça.
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