Criar todo um mundo fantástico, uma história envolvente e personagens carismáticos e independentes certamente é uma arte. O cinema atual perde muitas oportunidades com calendários apertados e exigências de grandes produtoras, o que faz com que muitos filmes não desempenhem seu real potencial. Ainda assim, surgem, em meio a tantos lançamentos, algumas obras que se destacam e brilham com seus detalhes, como é o caso de Kubo e as Cordas Mágicas (Kubo and the Two Strings).
No longa animado é contada a história de Kubo, um garoto que vive uma vida pacata em uma pequena vila japonesa junto a sua mãe. Kubo segue diariamente sua rotina, até que um encontro ligado a seu passado muda completamente sua vida. Longe de sua vila e com inesperados aliados, o jovem deve sobreviver utilizando suas habilidades únicas e encontrar o único meio de derrotar o mal que lhe persegue, uma armadura mágica que foi usada pelo seu falecido pai.
A primeira vista, a trama não aparenta trazer algo de novo ao espectador. Contudo, a medida que a obra se desenvolve, o estilo como a história é contada, juntamente ao característico e detalhado stop-motion, revelam uma incrível narrativa valorizada por sua fantasia e pela mitologia japonesa e asiática. E são os pequenos detalhes que ajudam a construir a visão do filme como um todo.
Kubo herdou de sua mãe a habilidade de controlar folhas de papel apenas ao tocar um shamisen (uma espécie de banjo), criando possibilidades limitadas somente por sua imaginação. Consegue, assim, produzir impressionantes origamis que ganham ainda mais vida com o stop-motion e encantam não só os personagens, como o espectador.
Outro ponto de destaque são os diferentes tons exibidos na narrativa. Há um certo melancolismo sobre a situação da mãe de Kubo, mas, ao mesmo tempo, o garoto consegue expressar felicidade em uma série de outros momentos. A presença de suas assustadoras tias cria, por outro lado, uma ambiência obscura e horripilante, enquanto os momentos que Kubo passa ao lado de seus companheiros são preenchidos de alegria.
Kubo e seus companheiros de jornada - Imagem: Reprodução Internet |
Em sua jornada para encontrar a lendária armadura, Kubo passa por diversas locações, todas extremamente belas e únicas, tendo por fundo uma trilha sonora cativante que permite que a história seja acompanhada de uma maneira fluida. Ao passar por esses locais, o protagonista passa a aprender mais sobre sua família e sobre ele mesmo, apresentando um importante desenvolvimento pessoal que se torna visível ao final do filme.
Apesar da obra chegar aos cinemas brasileiros principalmente na versão dublada, o impressionante elenco original que dá voz aos personagens é composto por grandes nomes como George Takei, Ralph Fiennes, Matthew McConaughey e Charlize Theron. Dito isso, os dubladores brasileiros, por sua vez, fizeram um excelente trabalho, fazendo jus às características específicas de cada personagem e dando vida a esse trabalho.
Um dos principais pontos que o filme apresenta é sua mensagem positiva. Por mais variadas que tenham sido suas adversidades, Kubo consegue chegar a uma resolução consigo mesmo e a história é concluída de maneira satisfatória e de bom tom.
Kubo e as Cordas Mágicas se destaca, assim, por seus ricos detalhes e uma história imersiva que conta a evolução do protagonista em meio a infortúnios e uma fantástica jornada que o leva a descobrir mais sobre si mesmo.
0 comentários:
Postar um comentário