Powerless | Primeiras impressões


Encontrar séries de super-heróis nos dias de hoje é um trabalho fácil. Com vários canais investindo no gênero, não é surpresa que a NBC tenha seguido em seu próprio projeto com a nova série Powerless, que, por sua vez, apresenta uma proposta um pouco diferente.

Powerless segue a entusiasmada Emily Locke (Vanessa Hudgens), recém empregada como diretora de pesquisa e desenvolvimento na Wayne Security, uma empresa subsidiária da Wayne Enterprises especializada na criação de produtos que auxiliem pessoas comuns que sofrem os efeitos das batalhas entre vilões e heróis.

A série busca seguir um caminho distinto das demais séries de super-herói justamente por não focar no herói em si, mas sim sobre aqueles que vivem em uma cidade onde superpoderes, vilões e o impossível fazem parte de um dia comum. Aproveitando-se dessa banalidade, o show aborda como é viver nesse mundo, principalmente diante da perspectiva dos funcionários da Wayne Security, seguindo principalmente um tom de comédia.

A Raposa Escarlate (Atlin Mitchell) salva Emily Locke (Vanessa Hudgens) de um acidente de trem - Foto: NBC/Chris Large/NBC - © 2016 NBCUniversal Media, LLC

Outro ponto crucial é que a história é ambientada em algum universo da DC Comics, como pode se ver pelas numerosas referências e a constante menção à Bruce Wayne/Batman, o Coringa e outros. Então é de se esperar que ainda mais referências sejam usadas, assim como outros personagens dos quadrinhos venham a aparecer.

No episódio piloto, Emily precisa manter o caótico escritório da empresa funcionando, enquanto seus colegas não demonstram qualquer respeito por suas decisões e seu chefe, Van Wayne (Alan Tudyk), apenas se importa em subir na carreira e ir para a cidade de Gotham. O episódio é marcado por esse comediante ambiente de trabalho, onde os funcionários não se importam mais com que fazem e mantêm um caráter sarcástico diante das tentativas de Emily para reverter a situação.

Um dos elementos que mais se destacou negativamente foi a interação entre os personagens, que em primeira vista se mostrou bastante rígida e com humor excessivo. Isso se dê talvez pela construção da trama inicial e algumas escolhas executivas, mas definitivamente há uma luz no fim do túnel, o seu elenco (que só precisa de piadas e uma ambiência melhor).

Ainda que o episódio inicial tenha se caracterizado por piadas prontas, um humor esquisito e personagens que inicialmente aparentam não ter muito a ser explorado, é comum ver pilotos que tem problemas para apresentar uma nova história que tenha seus elementos bem amarrados e uma narrativa harmônica.

Da esquerda para a direita: Jackie (Christina Kirk), Teddy (Danny Pudi), Emily Locke (Vanessa Hudgens), Van Wayne (Alan Tudyk) e Ron (Ron Funches) - Foto: NBC/Paul Drinkwater/NBC - © 2016 NBCUniversal Media, LLC

No caso de Powerless, em especial, é preciso considerar que um piloto havia previamente sido encomendado em janeiro de 2016, mas após ser exibido na San Diego Comic-Con no meio da ano, sofreu inúmeras críticas, levando o produtor a sair da série logo em seguida. Desde então, seu tom, que antes se aproximava mais de uma comédia adulta, mudou para algo mais infantil, que nem sempre chega a ser engraçado.

Outra mudança foi que no projeto original a empresa funcionaria como uma seguradora, mas agora se tornou em uma empresa focada na produção de mercadorias que auxiliem o público contra as sequelas das batalhas dos super-heróis.

Em uma visão geral, fica evidente que o seriado sofreu por uma série de mudanças durante o processo criativo, muitas delas não funcionando bem com sua estreia. Ainda assim, não se deve julgar toda a obra apenas com uma primeira impressão.

Powerless começa a ser transmitida no Brasil em 12 de março pelo Warner Channel.

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