A recém lançada Castlevania é a nova série da Netflix baseada na clássica franquia de games de mesmo nome, adaptando especificamente a história de Castlevania III: Dracula’s Uprising, que conta acontecimentos anteriores ao game original de 1986.
Em formato animado, a série teve sua primeira temporada dividida em quatro episódios marcados por bastante ação, violência e uma surpreendente animação para contar a história do caçador de vampiros e outras criaturas da noite, Trevor Belmont.
No primeiro episódio, em forma de prólogo, a série conta como o vampiro Vlad Drácula Tepes se apaixona por Lisa da aldeia de Lupu, se casando com ela e passando a viver junto aos humanos, até que, anos depois, ela é queimada na fogueira como uma bruxa. Isso faz com que Drácula perca as esperanças na humanidade, invocando um exército de demônios para acabar com toda a vida na Wallachia.
A trama passa a seguir, então, Trevor Belmont, o último filho da Casa dos Belmont, um clã conhecido por suas habilidades para lutar contra monstros. Deparando-se com a tragédia que assola a Wallachia, Trevor se une a inesperados companheiros para enfrentar Drácula e suas hordas de demônios como a última esperança do país.
O caçador de vampiros Trevor Belmont inicia sua batalha contra as forças de Drácula - Imagem: Reprodução Netflix |
Com uma breve história, a primeira temporada de Castlevania aborda apenas o início da cruzada de Trevor contra Drácula, dando maior foco na introdução do universo e de seus personagens principais. Dito isso, ainda que seja baseada no game Castlevania III, não é necessário que o espectador tenha jogado o game ou até mesmo conheça a franquia Castlevania, uma vez que a história é muito bem contada e também é autoexplicativa.
E não apenas isso, do jeito que os acontecimentos são narrados é criada a impressão de que a temporada é um filme de quase duas horas dividido em quatro partes, com eventos envolventes e cenas de ação brilhantemente construídas, o que torna Castlevania um seriado fácil para se assistir de uma só vez.
Animada pela Powerhouse Animation Studios e pela Frederator Studios a série guarda um alto nível técnico similar à aquele usado nos animes, possibilitando batalhas intensas e altamente detalhadas com momentos memoráveis. Além disso, o estilo da animação combina perfeitamente com a tonalidade da narrativa, que é carregada por uma ambiência gótica em um mundo cheio de criaturas e com pouca esperança.
Da mesma maneira, esse estilo é caracterizado por uma brutalidade que certamente é mais voltada para um público mais adulto, com uma boa quantidade de vísceras, desmembramentos e sangue. Ainda que os confrontos não variem muito daquilo visto em animes, o visual visceral explícito em Castlevania traz uma nova visão para adaptações ocidentais animadas apresentando características únicas.
E de modo algum a animação é apenas uma representação do macabro ou uma desculpa para mostrar sangue e mortes violentas, pois, apesar de possuir uma essência nesse sentido, a série também dedica esforços para explorar a luz da humanidade, que lá é representada principalmente por Trevor Belmont como a última esperança em meio a tanto caos.
Um enfurecido Vlad Drácula Tepes busca vingança contra toda a Wallachia - Imagem: Reprodução Netflix |
Juntamente a Trevor, que demonstra um ar desinteressado, mas que, no fim, possui um grande senso de justiça, há um relevante rol de personagens que mantém a narrativa interessante. Dentre eles, é curioso ver como a Igreja é retratada, em sua maioria, como uma força antagônica mais presente até mesmo do que o próprio Drácula e suas forças.
Além da história, Castlevania possui outros grandes acertos que contribuem para a formação de uma excelente primeira temporada. Um deles é a equipe de dublagem, que integra muito bem a expressão dos personagens com vozes bastante adequadas às suas personalidades. A trilha sonora complementa o cenário devastado da Wallachia e a abertura exibida no primeiro episódio é um presente para amantes da animação.
A primeira temporada de Castlevania da Netflix, portanto, representa um extraordinário começo para uma possivelmente extraordinária aventura, uma vez que com apenas quatro episódios muito pouco da mitologia dos games e da própria trama de Castlevania III: Dracula’s Uprising é explorado, o que, por sorte, pode ser resolvido com a segunda temporada que já foi confirmada para 2018.
1 comentários
Mas isso É UM ANIME PORRA, não aprenderam com RWBY que animes não são feitos somente no Japão?
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