A clássica aventura de fantasia oitentista ganha uma nova história pelas mãos de Simon Spurrier em uma publicação da BOOM! Studios que por si só já é atemporal.
Se você cresceu nos anos 80 (ou assistia bastante Sessão da Tarde na Rede Globo), provavelmente se lembra de "Labirinto - A Magia do Tempo". O filme de Jim Henson de 1986 trazia a adolescente Sarah (Jenninfer Connelly) em busca do seu irmão mais novo que foi sequestrado pelo Rei dos Duendes (David Bowie).
Foto: BOOM! Studios |
O longa metragem ficou marcado por conta dos seus efeitos práticos, grande parte dele ligado aos personagens e claro à presença de Bowie que entregou uma das trilhas mais marcantes da época. Labirinto, que foi o último trabalho de Jim Henson (Os Muppets) veio em uma leve de filmes de fantasia dos anos 80 como O Cristal Encantado (1982), O Último Unicórnio (1982), A História Sem Fim (1984), entre outros que iremos comentar em outro momento.
Acompanho atualmente a BOOM! Studios em sua expansão do universo de Power Rangers nos quadrinhos e de lá pra cá passei a acompanhar mais os outros trabalhos da editora e me deparei com a obra "Labirynth - Coronation" que se fosse traduzido para cá ficaria como "Labirinto - A Coroação". O quadrinho assinado por Simon Spurrier e ilustrado por Daniel Bayliss retorna ao universo de Henson para contar uma importante história sobre um outro bebê que foi raptado pelos Duendes em 1797 na República de Veneza.
A trama começa com Jareth (Rei dos Duendes) contando para Toby (o bebê do filme original), um conto que rapidamente notamos que é uma história de sua própria origem. "Coronation" se torna uma prequel que acontece tanto no passado quanto no Labrinto de 1986 (pelo menos nessa primeira edição). No final da década de 1790, Albert Tyton e sua esposa, a condessa Maria estavam em viagem na Europa e acabaram em um baile de máscaras na Itália. Quando encerram as festividades, Albert retorna para os seus aposentos deixando Maria para trás, quando a condessa volta para o seu apartamento ela é barrada pelo segurança, mas sorrateiramente entra pela janela e confronta o marido. Ele explica que não pode voltar para a Inglaterra com ela, já que é uma plebeia e seu filho não possui sangue real. Se seu pai descobrisse o acontecido, deserdaria ele.
Temendo pela vida de seu filho, Maria foge pelas ruas à noite, sendo perseguida pelo guarda de Tyton. Enquanto a condessa tenta escapar com o seu filho, Albert diz as palavras mágicas pedindo aos Duendes que levem a criança embora. Naquele exato momento o bebê e Maria são teletransportados juntos para o labirinto e a edição termina com ambos confrontando uma terrível criatura.
Foto: BOOM! Studios |
O quadrinho consegue resgatar a atmosfera do longa com sucesso, as primeiras páginas ajudam a guiar o leitor que estava afastado ou desconhece o filme clássico. Os Duendes estão muito bem retratados e evocam a sensação de familiaridade ao mesmo tempo que conta uma história inteiramente nova e que fica ainda mais interessante por se passar em uma outra época em meio a uma situação histórica real. A personalidade trágica e teatral de Jareth conseguiu ser captada nas páginas do quadrinho sem depender da aparência física de Bowie, construindo um olhar triste e interessante na origem do Rei dos Duendes, prendendo a atenção do leitor para os próximos volumes.
Labyrinth: Coronation ainda está em publicação pela BOOM! Studios, atualmente em seu quarto volume. Resta saber se existe fôlego e mais histórias para serem contadas daqui para frente.
Ficha Técnica
Título: Labyrinth: Coronation
Editora: BOOM! Studios
Roteiro: Simon Spurrier
Arte: Daniel Bayliss
Cores: Dan Jackson
Capa: Fiona Staples
Número de páginas: 24
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