Castle Rock é o ápice do universo de Stephen King


As obras de Stephen King poucas vezes tiveram uma boa adaptação, seja no cinema ou na televisão, porém, desde 2017 que isso vem mudando. Uma nova versão de IT – A Coisa foi lançada e fez um estrondoso sucesso, mais do que a maioria acreditava ser possível.

O canal norte-americano Audience lançou a primeira temporada de Mr. Mercedes; e até a Netflix embarcou na onda, lançando uma adaptação de Jogos Perigosos e 1922. Mesmo com fracassos como foi o caso de O Nevoeiro e A Torre Negra, 2017 manteve o alto padrão em relação as obras de King, que já é conhecido por não gostar de nenhuma adaptação de suas obras.

Seguindo a onda de sucessos, o Hulu, um dos vários streamings em atividade, resolveu lançar sua própria série de King, porém, eles não iriam adaptar um livro, mas sim criar uma história original, onde personagens e referências dos livros do autor estivessem presentes, tudo isso localizada em uma única cidade, Castle Rock.

Um dos motivos pelo qual a série fez tanto sucesso entre os fãs é pelo simples fato de que, além do próprio King ser o produtor executivo, J. J. Abrams também é. A forma como Abrams conseguiu ajudar a criar e a estruturar a história é simplesmente fantástica, apesar de que em alguns momentos a série deixa a desejar.

Bill Skarsgard é o centro do mistério da série - Foto: Reprodução da Internet
Castle Rock é uma série de terror com grandes elementos de mistério e, a medida em que os episódios vão avançando, a confusão e o mistério vão ficando cada vez mais tangíveis e complicados. É fácil para um telespectador mais desatento se perder e não saber o que está acontecendo.

A história é centrada no advogado Henry Deaver (André Holland), que retorna a cidade anos depois de uma tragédia que aconteceu em sua juventude. O objetivo de seu retorno é representar um jovem (Bill Skarsgard) que foi encontrado preso em uma jaula secreta na prisão da cidade. A partir dai é que toda a história é desenvolvida, mostrando não só a relação entre os personagens de Holland e Skarsgard, como também de toda a cidade.

Existe uma frase de King que é muito utilizada em O Iluminado, e que pode ser aplicada em Castle Rock (e também em IT – A Coisa): “este lugar desumano cria monstros humanos”. É evidente que existe um mal na cidade, porém, o que fica implícito é se esse mal é causado pelo personagem de Skarsgard, ou se a própria cidade por si só já é maligna e corrompe seus habitantes.

Abertura trás referência a Derry, cidade onde se passa IT - A Coisa - Foto: Reprodução da Internet
Uma coisa que não existe nessa série são mocinhos e vilões. Todos são culpados de algo ou fizeram algo de ruim. Isso mostra que a real natureza do ser humano é corrompida, como King gosta de mostrar em suas obras. Toda crueldade, seja ela alienígena ou sobrenatural, parte de aspectos sociais e decorrentes da natureza humana.

Por ser uma história que reúne vários personagens de universo de King, os fãs logo irão procurar referências, e elas começam já na abertura. Porém, o próprio autor falou que não é para os telespectadores ficarem casando essas referências em tudo, mas sim para aproveitarem a história da série.

O elenco é um dos grandes pontos positivos da série. Além de Bill Skarsgard, que viveu Pennywise no remake de IT – A Coisa e de André Holland, que entrega uma ótima performance, ainda temos a participação da Carrie original, Sissy Spacek, que da vida a mãe adotiva do personagem de Holland.
Sissy Spacek foi a responsável por viver a primeira Carrie no cinema - Foto: Reprodução da Internet
A ideia de Castle Rock é que a série seja uma antologia, e que em cada temporada uma nova história seja contada, como acontece com American Horror Story. O Hulu já confirmou que o show terá uma 2ª temporada, agora basta esperar para saber qual será a história e quando será lançada.

Castle Rock é a série certa para quem gosta não só o universo de Stephen King, como também para quem está atrás de uma boa série de terror e mistério. Vale muito a pena conferir e com toda a certeza o telespectador vai se pegar duvidando de tudo o que acontece, o que é algo bom.

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