Eu, assim como muitos da minha idades, somos frutos dos anos 90, ou seja: nascemos e crescemos com os desenhos daquela época, ou reprises de desenhos mais antigos, que eram exibidos pelos canais. Entre todos os desenhos que eu via enquanto crescia, estavam os da Hanna-Barbera, como a exemplo de Scooby-Doo, O Flintstones, Os Jetsons e claro, Corrida Maluca, que é o tema desta matéria.
Na época, os desenhos eram apenas uma forma de entretenimento e de passar o tempo, até porque, eu não possuía o conhecimento e as opiniões de hoje, logo, apenas assistia, sem ligar muito para a temática, ou se ele queria passar alguma mensagem ou não. Entre todos, Corrida Maluca era o que menos me chamava a atenção, justamente por ser um desenho com carros, que nunca foi um tema que me interessou. Mas a situação mudou drasticamente anos depois, em 2016.
Em 2016, após insistir bastante, a DC Comics conseguiu que a Warner Bros. desse autorização para a empresa de quadrinhos utilizar títulos da Hanna-Barbera para criar quadrinhos mais atuais, e foi justamente neste contexto que a Corrida Maluca recebeu uma grande repaginada e chamou minha atenção.
Por ser um aficionado por livros e cinema, conheço a respeito de mundos pós-apocalípticos, Mad Max é um grande exemplo disso, já que maratonei, por causa do Raphael Maiffre também aqui do Mega Hero, os filmes antigos antes de ir ao cinema conferir Mad Max: Estrada da Fúria. Parece que foi uma ironia do destino, mas a nova versão de Corrida Maluca seguiu justamente o padrão de Mad Max, os clássicos personagens foram levados para um mundo pós-apocalíptico, que se assemelha muito com os do filme diga-se de passagem, e nessa terra desolada, eles terão que participar de uma corrida, onde o vencedor leva tudo, já a partir do segundo lugar, o prêmio é nada menos do que a morte.
Eu fiquei muito interessado com a história, que nos Estados Unidos foi lançada em 2016, em 6 edições. Aqui no Brasil chegou no ano passado pela Panini Comics e eu resolvi trazer agora para vocês o que eu de fato achei a respeito da história.
Visual dos carros na edição #1 - Foto: Reprodução da Internet |
O mundo está à beira do colapso. Mutantes radioativos, nanitas comedoras de carne e monstros gigantes estão assolando todo o mundo, e no meio deste caos, estão os corredores. Uma misteriosa voz conhecida apenas como Locutora prometeu aos competidores que o vencedor de vários circuitos ganharia a chance de ir para Utopia, o último refúgio da humanidade, já os perdedores teriam que encarar nada menos do que a morte. A partir daí, os personagens clássicos que já conhecemos embarcam em uma disputa muito mais perigosa e acirrada do que era mostrado no programa de TV.
Inicialmente eu senti certa dificuldade em reconhecer alguns personagens, justamente por causa do design que o artista Leonardo Manco, responsável pela arte e os designs de veículos, mostrou. Levou alguns minutos para eu conseguir descobrir qual personagem era quem, porém, após isso, pude me maravilhar com os traços do artista, que caprichou bastante no visual dos carros. A edição conta com um extra no final, que mostra melhor os desenhos de todos os carros, para quem gosta, é bastante legal.
Foi muito bom ver a atualização de todos, apesar de que, alguns designs dificultaram a identificação, já que eles não possuem muita participação. Penélope Charmosa, Dick Vigarista, Pedro Perfeito e o Professor Aéreo são os mais fáceis de se notar as atualizações, já que eles tem certo destaque. Devo admitir que passei a gostar de Dick Vigarista por causa dessa nova história, o visual ajudou bastante também.
Capa da edição #1, apresentando todos os personagens - Foto: Reprodução da Internet |
Já o roteiro, que ficou por conta roteirista de animação Ken Pontac (Happy Tree Friends), além de ser muito mais trabalhado e profundo, é também muito mais adulto. Graças a Pontac, é possível ver um novo aspecto dos personagens que não foi mostrado na TV.
Temos o passado de Dick Vigarista e também da dupla Tio Tomás e Urso Chorão (que é bem triste diga-se de passagem); Penélope Charmosa em nada de parece com a doce personagem da animação; Pedro Perfeito é um completo idiota; o Barão Vermelho é um nazista que não perde a oportunidade de deixar claro o que pensa a respeito dos outros corredores; e, para mim, o que mais me chamou atenção, com uma simples conversa entre o Barão e a Sargento Bombarda, Pontac apresenta a primeira mulher transgênero do universo de Hanna-Barbera. A Sargento passa seu tempo lembrando aos outros que, embora ela seja transexual, isso não a torna menos digna do que qualquer outra pessoa. Infelizmente ela tem pouca participação efetiva na história.
Algumas pessoas vão gostar da história, outras nem tanto, porém, o importante é: Corrida Maluca é um ótimo quadrinho, especialmente para os fãs de Mad Max. O encadernado foi uma de minhas melhores aquisições de 2018 e tenho certeza de que, quem der uma chance, irá simplesmente adorar, igual eu adorei. Esse é um quadrinho que irei indicar a todos os meus amigos, especialmente aos fãs de Mad Max!
Ficha Técnica
Título: Wacky Raceland
Editora: Panini Comics
Roteiro: Pen Pontac
Arte: Leonardo Manco
Capa: Leonardo Manco
Número de páginas: 172
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