Escape Room tenta ser a continuação de Jogos Mortais para o público jovem


Filmes de suspense/terror precisam de poucos elementos para funcionar. Mesmo que venham a ter histórias simples, os filmes desses gêneros se estruturam bem desde que tenham uma boa ambiência e certa linearidade da narrativa. Escape Room, por sua vez beirando em um terror leve, traz essa simplicidade (Sem confundir com a produção de 2017, o que trago hoje estreia agora em 2019).

Utilizando o conceito de ''escape rooms'' - que são quartos interativos montados para que um grupo de pessoas encontre as pistas necessárias para escaparem em um dado período de tempo - o longa trabalha com seis indivíduos com aparentemente nada em comum que veem uma oportunidade única de ganhar 10.000,00 dólares. O único requisito é ser o primeiro a escapar de um escape room. O que eles logo descobrem é que não estão em um jogo comum, mas sim apostando suas próprias vidas em um ambiente feito para matá-los um a um.

De temperaturas extremas a alturas de tirar o fôlego, o grupo de participantes precisa trilhar cuidadosamente o caminho através de cada quarto para sobreviver - Foto © 2018 - Sony Pictures.

A primeira coisa a vir na minha mente ao ouvir a premissa foi ''Outro Jogos Mortais'', que não é necessariamente uma coisa ruim, mas tivemos uma produção recente da franquia que não funcionou tão bem. No entanto, Escape Room não aposta no gore como Jogos Mortais e também não chega nem perto da violência e ambiência sombria da franquia.

A trama aposta muito mais nos traumas que os personagens sofreram previamente em suas vidas, utilizando elementos do passado de cada um em cada quarto de fuga (sim, há mais de um). Vemos muito mais tempo de tela do grupo solucionando enigmas e encontrando pistas do que as próprias mortes e praticamente não há mutilações, fazendo do filme praticamente uma versão infantil de Jogos Mortais.

De qualquer forma, Escape Room não passa a sensação de ser uma cópia de nenhuma maneira. O filme é imersivo e entretém, principalmente nos primeiros quartos. Em alguns momentos, as situações em que os personagens são colocados são estressantes o suficiente para fazerem as palmas das mãos soarem, com perigo iminente estando presente a todo momento.

Zoey (Taylor Russell) é a mais inteligente do grupo e se torna uma peça essencial para uma chance de sobrevivência - Foto © 2018 - Sony Pictures.

E mesmo sendo 6 os indivíduos participando desse jogo distorcido, todos recebem algum tipo de destaque, apesar de que Zoey (Taylor Russell) e Amanda (Deborah Ann Woll) são as personagens mais interessantes e carregam a trama pela maior parte.

O problema de Escape Room está no seu arco final, quando o ritmo muda abruptamente para uma versão corrida e menos detalhada da mesma história. A sensação é que o diretor Adam Robitel gastou muito tempo nos quartos iniciais e percebeu tardiamente que não poderia explorar todos em um tempo aceitável.

Outro ponto, que aqui vem com um leve aviso de spoilers, é que nesse arco final há uma tentativa de se criar toda uma explicação por trás do que está ocorrendo, mas ao invés de trazer qualquer resposta, há uma espécie de lançamento de uma futura franquia para o longa, criando elementos que não adicionam e até mesmo destroem todo o caminho percorrido até encerramento de Escape Room.

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