Cemitério Maldito reanima uma história já contada com algumas mudanças questionáveis


A presença de Stephen King nos cinemas não é nenhuma novidade. As adaptações das suas obras tem sido constantes e, com alguns erros no caminho, também vieram muitos acertos. Agora na refilmagem de Cemitério Maldito, mudanças no roteiro e até em fatos chave da história tentam dar uma nova cara a um clássico do terror.

Quando o Dr. Louis Creed e sua esposa, Rachel, se mudam para uma casa isolada com seus dois filhos, o seu desejado recomeço rapidamente some de cena ao descobrirem que o terreno da sua nova casa guarda um cemitério onde qualquer ser lá enterrado retorna a vida. A partir daí uma série de infortúnios torna o planejamento feliz da família em um pesadelo vivo.

A ideia de trazer os mortos de volta à vida é um tabu em praticamente todas obras e filmes que tratam sobre ela. Parece certo que, quando possível, tal ato tem consequências tão terríveis que imediatamente faz que com aquele que o procurou, se arrependa. Em Cemitério Maldito, não há uma grande pregação sobre quão errado e imoral isso pode ser. Ao invés disso, parece ser um ato comum trazer seu animal de estimação morto de volta ao mundo dos vivos e quando o assunto se volta a reviver um humano....também não parece haver muita oposição.

Apesar de não ter grandes desdobramentos, Cemitério Maldito é bem produzido - Foto: Reprodução Internet

Por um lado fico feliz que se tenha ido mais diretamente ao ponto, por outro achei que a trama ficou um pouco rasa. Sem entrar em grandes detalhes, sim, há um breve debate sobre trazer um humano a vida no filme, mas não teve grande impacto para a narrativa.

Alguns pontos positivos dessa nova adaptação de Cemitério Maldito são a tensão bem construída, boa atuação e personagens convincentes, assim como todo o terreno é bem preparado para o ato final do filme. Por outro lado, o longa não traz nada novo para o gênero, apenas replicando muito do que se vê por ai, assim como certas escolhas não funcionam como todo o arco de Rachel, a mãe. Seu passado é interessante para um filme de terror solo, mas em meio aos fatos do longa sua história fica completamente irrelevante.

As alterações feitas em relação à obra e a adaptação original são válidas, mas previsíveis e com todo o conteúdo que se tinha para trabalhar, eu esperei que algo mais audacioso e interessante fosse produzido. De qualquer maneira, Cemitério Maldito ainda é um bom passatempo para noites de terror.


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