Por que mesmo após 65 anos Godzilla continua no imaginário de tanta gente e ainda cativa? Godzilla 2: Rei dos Monstros prova que Hollywood enfim abraçou a essência da obra máxima de Ishiro Honda e a elevou a um patamar colossal.
A trajetória do Rei dos Monstros remete a uma época onde os efeitos práticos eram o grande diferencial. Como percussor do gênero Tokusatsu, Godzilla trilhou um caminho de altos e baixos em mais de meio século de existência. Fato é que, a cada novo filme o gigantesco ser arrastava fãs e curiosos para as salas de cinema.
Monsterverso, a redenção americana
Em 2014 Gareth Edwards junto com a Warner, Legendary e Toho dava um passo ousado: uma nova versão "americanizada" de Godzilla. O estigma da obra de 1998 ainda ecoava e as lembranças não eram tão boas. A surpresa veio no dia da estreia. O primeiro longa metragem do universo compartilhado Monsterverse arrecadou mais de meio bilhão de dólares e um sinal verde para novas produções.
Três anos depois Kong: A Ilha da Caveira chegava aos cinemas para estabelecer o conceito de universo compartilhado e preparar os fãs para o espetáculo que veio em 2019.
O passo ousado: Godzilla 2: Rei dos Monstros
Um dos comentários mais comuns vistos em 2014 quando Godzilla estreou era que o monstro aparecia pouco na tela e as lutas eram escuras. Logo em seguida Kong conseguiu estabelecer um meio termo até que Michael Dougherty decidiu extravasar e entregar um filme que foca no combate entre os Titãs e a consequência da existência deles.
Apesar de funcionar como um filme isolado, Godzilla 2: Rei dos Monstros carrega fortes elementos dos seus predecessores do Monsterverso. Assistir o primeiro filme e Kong deixa tudo mais encorpado e as referências fazem mais sentido para o telespectador.
Madison (Mille Brown) e sua mãe Emma (Vera Farmiga) - Foto: Warner Bros. |
"Godzilla 2" inicia mostrando o que aconteceu após os acontecimentos em São Francisco em 2014. O embate entre Godzilla e os MUTO's deixou um rastro de destruição sem precedentes. É nesse momento que conhecemos o núcleo principal de humanos, Dra. Emma (Vera Farmiga), Mark Russell (Kyle Chandler) e Madison (Millie Brown) uma família que acaba se desestruturando devido aos acontecimentos daquele fatídico dia.
Em contraparte os governos do mundo inteiro começam a se preparar para novos ataques, já que a Monarch encabeçada pelo Dr. Serizawa (Ken Watanabe), mantém em segredo a existência de outros Kaijus que nessa obra são chamados de Titãs. Enquanto Serizawa busca nos Titãs a resposta para o equilíbrio do planeta, os representantes de cada nação enxergam as criaturas de outra forma e buscam erradicá-las a qualquer custo.
O fio principal que conduz a história está relacionado à aparição de outros monstros que despertam após um episódio que envolve os humanos. É à partir dai que a Monarch precisa unir forças com Godzilla para conter o terrível King Ghidorah e Rodan.
King Ghidorah, o nêmesis de Godzilla - Foto: Warner Bros. |
Homenageando a obra
Diferente do antecessor de 2014 que referencia de forma sutil as versões japonesas, Godzilla 2 abraça a essência do gênero e segue por caminhos que irá surpreender o telespectador e cativar os fãs do Rei dos Monstros.
Apesar de não utilizar os recursos de modelismo e trajes de borracha, a computação gráfica expressa nos Titãs é um espetáculo visual bastante verossímil. Cada cena de combate é um quadro para ser emoldurado e talvez seja necessário duas sessões do filme para captar cada detalhe desses embates colossais.
Akira Ifukube ressurge nas mãos de Bear McCreary na releitura do tema clássico de Godzilla que está presente nos momentos mais cruciais da obra. E esse não é o único tema da Toho que está em Godzilla 2. Ouvidos atentos!
Considerações finais
Para aqueles que esperam grandes cenas com monstros gigantes, o filme se propõe a entregar isso, da mesma forma que entrega um núcleo de personagens humanos convincentes que carregam sim seus dramas pessoais. Mesmo sendo o clímax do Monsterverso, Godzilla 2 abre espaço para diversos questionamentos familiares e também relacionados à preservação do planeta, algo que é bastante presente nas versões orientais.
Quem é o verdadeiro Titã Alfa, Ghidorah ou Godzilla? - Foto:Warner Bros. |
Godzilla mostra porque ele é o Deus dos monstros. Com o tempo de tela aumentado, para aqueles que reclamaram da obra de 2014, o lagarto gigante rouba a atenção em diversos momentos mesmo dividindo a tela com outros clássicos Kaijus da Toho.
Godzilla 2 prepara terreno para possíveis sequências, mas já seria satisfatório se encerrasse aqui. A sensação no final do filme é que a direção foi competente e eficaz e que o monstro mais famoso da cultura pop tem fôlego para mais 65 anos.
PS: Fiquem até os últimos créditos.
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