Todo fã de quadrinho já ouviu falar de Watchmen, obra escrita por Alan Moore e desenha por Dave Gibbons e que foi lançada entre 1986 e 1987 pelo selo VERTIGO da DC Comics. A história se tornou um marco nos quadrinhos e até hoje é consagrada com uma das melhores produções da editora, seja pelo rico e complexo texto de Moore, ou pela arte de Gibbons.
Depois de passar pelo cinema, com uma adaptação de Zack Snyder em 2009, finalmente chegou a hora do título ganhar continuidade, e isso ficou a cargo de uma emissora a altura, a HBO, porém, a série Watchmen não é exatamente uma adaptação do quadrinho como irei explicar daqui a pouco.
Personagens do quadrinho original de Watchmen - Imagem: DC Comics |
A partir de agora irei dizer o que eu achei do episódio de estreia da nova aposta da HBO e tentarei ao máximo não dar spoilers, já que é meio difícil falar do episódio e não revelar nada comprometedor, já que tudo que é apresentado é relevante.
Antes de entrar na história da série, tenho que apresentar a mente por trás desta adaptação: Damon Lindelof, que foi o responsável pelas séries de sucesso Lost e The Leftovers, também da HBO. Lindelof, como eu já havia mencionado, não adaptou o quadrinho para a série, ele fez algo mais interessante.
O roteirista pegou o universo criado por Moore e Gibbons e desenvolveu uma nova história usando o quadrinho como base e tornando-o canônico na história da série, como a própria sinopse já mostra: situada em uma realidade alternativa onde super-heróis são tratados como bandidos, Watchmen abraça a nostalgia da graphic novel original inovadora e segue em busca de abrir novos caminhos próprios.
Damon Lindelof e Regina King nas gravações da série - Foto: HBO |
A história da série se passa 34 anos após os acontecimentos do quadrinho (situado em 1986) e mostra como o mundo conseguiu seguir em frente. Da mesma forma que na história de 86 o tema da Guerra Fria foi o palco, aqui Lindelof trás algo muito mais atual e que se mostra presente na sociedade atual, que é a questão do preconceito racial e do retorno dos grupos de supremacia brancos.
Este será o plano de fundo para a temporada, e logo na cena de abertura já temos essa confirmação, pois somos apresentados a uma reprodução do que foi o Massacre Racial de Tulsa, ocorrido em 1921 no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos.
Nessa realidade, os policiais usam máscaras para esconder seus rostos, não irei dizer o porque disso, pois o próprio episódio revela, porém, existe um motivo e ele é bem forte e condizente com a situação apresentada.
A medida que a história vai avançando, passamos a conhecer mais deste mundo e como as coisas funcionam, e claro, vemos referências a história clássicas dos quadrinhos, seja por situações ou por brincadeiras que Lindelof faz com programas reais. Tudo muito bem tratado e encaixado.
A Sétima Kavalaria - Foto: HBO |
Como eu já havia mencionado, a questão dos grupos de supremacista branca será o foco principal da temporada e, até o momento, um desses grupos (fictício diga-se de passagem) será o principal antagonista da temporada.
O grupo chama-se Sétima Kavalaria e seus membros usam a máscara de Rorschach para esconder seu rosto. A troca da letra C pela K foi proposital, justamente para se fazer referência a Klu Klux Klan, um dos mais famosos grupos supremacistas dos Estados Unidos, e que aparecem na cena de abertura do massacre de Tulsa. Terei que parar de falar sobre o enredo por aqui, pois posso acabar dando mais spoilers do que deveria e estragar a experiência de quem ainda for ver.
Agora eu preciso falar sobre a estrela da série, Regina King (The Leftovers, Se a Rua Beale Falasse), que rouba a série no papel da protagonista Angela Abar, que também pode ser conhecida por seu nome de vigilante como Sister Knight. Falar da personagem de Regina é complicado, pois acaba dando muito spoiler, porém, digo apenas que como sempre, a atriz está arrasando no papel e novamente já caiu no gosto dos fãs, que mal podem esperar para vâ-la batendo novamente em alguém e usando seu uniforme.
Regina King no papel de Sister Knight - Foto: HBO |
Um outro ator que marca presente é ninguém menos do que Jeremy Irons (O Rei Leão, Batman vs. Superman, Liga da Justiça), que agora vive Adrian Veidt, o Ozymandias do quadrinho original. Ainda não da para saber o que Adrian está planejando, porém, se tratando do personagem podemos esperar algo bem mirabolante e bem pensado, que vai desencadear em uma grande reviravolta no final.
O resto do elenco passaremos a conhecer a medida que os episódios forem sendo exibidos, e eu digo isso com toda a certeza do mundo: vocês não vão querer perder um episódio que seja dessa série, pois ela te faz perder o fôlego a todo momento e promete ser uma das melhores séries do ano.
Ah! Antes que eu esqueça, se você está achando que a frase “Quem vigia os vigilantes? (Quis custodiet ipsos custodes?)” não vai aparecer na série, te digo que ela aparece, e com uma resposta: “Nos vigiamos (Nos Costodimos)”.
Jeremy Irons no papel de Ozymandias - Foto: HBO |
A fotografia da série e a trilha sonora estão simplesmente deslumbrantes, mostrando que Lindelof e toda a sua equipe não pouparam esforos para produzir uma série de alto nível e honrar a história de Moore (mesmo que ele não tenha gostado). Veja na maior tela que puder, pois não irão se arrepender.
Espero que tenham gostado do review e eu tentei ao máximo não dar spoiler de nada, pois essa série é tipicamente a produção da HBO que se você tomar qualquer spoiler, vai acabar estragando sua experiência.
Espero que tenham gostado do review e eu tentei ao máximo não dar spoiler de nada, pois essa série é tipicamente a produção da HBO que se você tomar qualquer spoiler, vai acabar estragando sua experiência.
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