Os últimos anos tiveram sua quota de filmes que se passam em baixo d'água, funcionando especialmente bem nos gêneros de terror e suspense e Ameaça Profunda (Underwater) não é diferente ao trazer um grupo de pessoas em uma situação desesperadora a milhares de metros nas profundezas do oceano.
Com uma premissa típica de filmes do gênero, o longa segue um grupo de cientistas que trabalham na perfuração do local mais profundo conhecido, até que algo é lá despertado, trazendo o caos a toda a equipe e estação utilizada por ela.
Um fato que imediatamente chama atenção é que a história começa como se tivesse ''perdido'' a sua introdução. O ponto inicial da narrativa é o desastre e não temos um momento para conhecermos os personagens. Ao invés disso, o fazemos ao longa da sua jornada ao tentar escapar da estação Kepler, que está em colapso devido ao desconhecido acidente.
Isso torna difícil se importar muito com os protagonistas, uma vez que pouco deles conhecemos, mas, ainda assim, temos suas personalidades brevemente exploradas durante sua tentativa de fuga para uma outra estação e posteriormente para a superfície.
O que torna Ameaça Profunda especial é justamente esse trajeto tenso e inseguro, onde a cada momento se espera que todos os personagens sejam exterminados sem chance de vitória e lembrando, em vários momentos, elementos de Alien: O Oitavo Passageiro.
Por estarem no fundo do oceano, não há nenhuma claridade, então a escuridão e a incerteza do que está a sua volta são pontos extremamente importantes que são bem utilizados pelo diretor.
É com os trajes especiais que os protagonistas conseguem atravessar o fundo do oceano - Foto: Reprodução Internet. |
Ao mesmo tempo, quando aprendemos que o acidente foi causado por criaturas das profundezas, não vemos muito delas até o final da trama, o que contribui muito para manter a tensão. Ao finalmente serem mostrados, esses seres não decepcionam e os visuais são suficientes para agradas fãs de Lovecraft.
Apesar da evidente situação de impotência em que os protagonistas se encontram, as suas chances de sobrevivência acabam sendo bem balanceadas com vários momentos de sorte e com o excelente trabalho do diretor em manter o espectador conectado ao que os personagens estão vivenciando. Isso contribui para manter o foco, mesmo com toda a escuridão que toma boa parte das cenas.
A escolha do elenco também é um importante fator para manter o longa interessante. Kristen Stewart, em seu tom mais monótono e melancólico, se conecta surpreendentemente bem com o suspense construído, enquanto o humor de T.J. Miller contrapõe a tensão com breves momentos cômicos, que juntos sustentam toda a produção.
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