Halloween Kills coloca Michael Myers no centro da história ao trazer o medo como sua principal arma


Eu abro essa crítica com uma pergunta: o que dá poder ao bicho-papão? Se você respondeu medo, então acertou. 
Medo é a melhor palavra para definir o que é Halloween Kills, a sequência do fenômeno de terror que foi Halloween (2018). O medo transforma as pessoas, faz com que elas façam escolhas que normalmente não fariam, que desafiem seus limites, que se tornem corajosas... ou em muitos casos, burras. Porém o principal é: o medo é contagioso e se espalha igual uma erva daninha.

Halloween Kills começa exatamente no ponto onde o filme anterior terminou, mostrando como Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), Karen Nelson (Judy Greer) e Allyson Nelso (Andi Matrichak) estão lidando e tentado sobreviver após o encontro com Michael Myers, mas o que as três não sabem é o que assassino conseguiu sobreviver e está pronto para espalhar uma nova onda de terror em Haddonfield. Desta vez, ele terá que lidar com uma cidade que busca vingança pelas mortes e que fará de tudo para deter Michael.

O ponto mais forte do filme é mostrar como o medo é um fator que pode mudar uma pessoa e como isso pode ser usado para motivar e corromper pessoas. Ninguém é inocente no filme, todos são culpados, e quando você, caro leitor, assistir ao filme, vai entender o motivo de eu ter falado isso. Temos aqui uma cidade que luta contra antigos fantasmas, a medida em que estes fantasmas retornam de uma forma muito mais brutal.

Foto: Bluumhouse/Universal Pictures

É difícil falar da história sem dar spoiler, pois qualquer detalhe a mais pode comprometer toda a experiência, então evitarei ao máximo tocar em determinados pontos que possam vir a estragar a experiência de quem for ver.

Para os fãs da franquia, temos vários momentos de tirar o fôlego, com flashbacks passados em 1978, revisitando os eventos que abalaram Haddonfield naquele ano e trazendo personagens que marcaram a história, como é o caso de Lonnie Elam, um garoto que sobreviveu a um encontro com Michael e cresceu cercado por essa lembrança. Aqui ele é interpretado por dois atores: Tristian Eggerling faz a versão jovem do personagem, enquanto Robert Longstreet faz a versão adulta.

Lonnie não é o único sobrevivente de Michael que marca presença no filme. Nancy Stephens está de volta ao papel de Marion Chambers, a enfermeira que sobreviveu ao ataque logo após Michael escapar da instituição onde estava. Anthony Michael Hall e Kyle Richards estão de volta nos papeis de Tommy Doyle e Lindsey Wallace, as crianças que Laurie conseguiu salvar durante o primeiro filme. E para fechar com chave de ouro, temos também a participação de Charles Cyphers, retornando no papel de Leigh Brackett. Todas as participações são incríveis e trazem uma total sensação de nostalgia aos que acompanham a franquia durante todos esses anos. 

Falar de Halloween e não falar da trilha sonora é basicamente um pecado. John Carpenter criou novamente uma obra de arte musical. Todas as músicas que foram compostas para o filme são simplesmente horripilantes e aumentam a tensão apresentada no filme, tornando a presença de Michael ainda mais tenebrosa do que já é. A nova versão do clássico tema é de arrepiar. 

Jamie Lee Curtis é Laurie Strode - Foto: Bluumhouse/Universal Pictures

A fotografia e montagem do filme estão muito bem feitas. Mesmo todas as tomadas sendo a noite, ainda sim é possível ver e entender o que está acontecendo. Nada fica confuso ou se perde. Temos diversos closes no rosto de Michael e nos momentos em que ele está matando alguém, é possível ver com muito detalhe a pessoa morrendo. Algumas mortes são bem fortes e brutais. 

Por falar em mortes, esse é o filme que teve o maior número de mortes na franquia. Chega um determinado momento em que não é mais possível contar quantos corpos Michael deixou pelo caminho, mas sabemos que é um número alto. 

Assista nossa Mega crítica em vídeo: 



Você deve estar se perguntando o motivo de eu não ter falado tanto de Jamie Lee Curtis, que é o coração e o centro da franquia. Pois bem, em Halloween Kills isso muda um pouco. 

O filme é mais centrado em Michael e no efeito que ele causa na cidade, como a população lida com isso. Laurie aparece mais como uma personagem secundária, porém, nos momentos em que Jamie Lee Curtis está em cima, toda a atenção vai diretamente para ela. 

Para finalizar eu direi o seguinte: Halloween Kills é um filme que realmente vai dividir os fãs. Algumas pessoas vão gostar e outras não, porém, o que podemos dizer é que a franquia está realmente viva, e as vezes inovar e mudar um ponto de vista pode ser bom, como foi neste caso. Aqui cabe um "spoiler": Michael não morre neste filme, já que teremos ainda Halloween Ends em outubro de 2022. 

Depois de todo o sangue e da trilha de corpos que é deixada neste filme, só nos resta esperar pelo próximo Halloween, quando o bicho-papão estará esperando para atacar alguém que estiver caminhando sozinho e despreocupado pela rua.

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