Ghostbusters: Mais Além - Um revival perfeito e uma porta de entrada para novos fãs

 


Dentre as inúmeras tentativas de revivals de franquias que fizeram sucesso no passado, Ghostbusters: Mais Além é a mais nova delas. O longa é uma continuação direta de Os Caça-Fantasmas 2 e trás diversas referências aos dois primeiros filmes, além de criar espaço para uma nova geração. 

Um mal dessas tentativas costuma ser a grande dependência que se cria sobre o material original ou, por outro lado, o esforço para se afastar do antigo e criar algo totalmente novo. Mais Além encontra um equilíbrio entre esses dois pontos, sabendo usar elementos dos clássicos que marcaram uma geração, enquanto foca a trama em novos personagens, que são interessantes e carismáticos. 

Como 90% dos filmes de terror – apesar de que Ghostbusters apenas usa elementos de terror, mas fica mais pela classe de filmes de família, fantasia e comédia –, o enredo começa com uma família se mudando para uma nova casa e lá descobrem algo sobrenatural. Apesar da premissa ser usada em excesso, essa sempre é uma boa maneira de se começar uma história e um jeito fácil de se familiarizar aos personagens. 


A protagonista da trama é Phoebe, uma menina extremamente inteligente com um gosto particular pelo conhecimento. A heroína interpretada por Mckenna Grace, uma verdadeira veterana em filmes que lidam com o sobrenatural como Annabelle 3: De Volta para Casa e Amityville: O Despertar, dá vida à história com a naturalidade com que lida com os eventos que passam a assombrar a pacata cidade de Summerville. Ao se mudarem à decadente casa de fazenda que pertencia ao seu falecido avô, Phoebe e sua família precisam se ajustar à uma nova vida, enquanto descobrem mais sobre quem seu avô realmente era e sobre o enorme risco que paira sobre Summerville. 

Phoebe ganha um leal escudeiro quando o curioso e único Podcast, que assim se nomeia simplesmente por ter um podcast próprio, se junta a ela para desvendar o mistério por trás das minas de Summerville e ajudá-la quando seres do outro mundo passam a vagar pela cidade. Podcast, que é interpretado por Logan Kim, sustenta grande parte do humor da trama e é, sem dúvidas, um dos destaques do longa, puxando risadas em praticamente todo o seu tempo de tela. 

Já o irmão de Phoebe, Trevor – interpretado por Finn Wolfhard - , está mais preocupado em seu interesse amoroso Lucky (Celeste O'Connor). Pela maioria do filme, os dois mais vivem sua adolescência, apenas auxiliando Phoebe mais tarde, e por mais que os trailers dessem a impressão que o Finn Wolfhard tivesse um papel maior no enredo, o show é realmente de Phoebe e Podcast. A equipe também é composta pelo professor Chad Grooberson, que é vivido por Paul Rudd, outro dos grandes focos de humor da continuação. 


Enquanto a trama é toda carregada de humor, o primeiro e o segundo atos do filme são bem mais contidos e voltados para o desenvolvimento da história e dos personagens. Podemos conhecê-los e há bastante carisma para até mesmo justificar uma continuação, caso o estúdio assim deseje. O terceiro ato, por sua vez, abre espaço para um tom bem mais cômico, com momentos mais toscos, mas que se encaixam com naturalidade ao projeto e ao que já foi feito no passado com a franquia. 

É fato que há uma premissa simples, as referências feitas aos eventos de 1984 que afetaram Nova York são bem diretas e os eventos de Mais Além também circulam sobre a necessidade de se impedir que um portal se abra para o nosso mundo e permita o retorno de um conhecido vilão da franquia. Além disso, vemos aparições de personagens do passado e há uma bela homenagem a Harold Allen Ramis, um dos caça-fantasmas originais que faleceu em 2014. 


Há, também, vários props dos filmes originais, o retorno do Ecto-1, assim como outras referências aos caça-fantamas, que são mais do que apenas referências e sim elementos utilizados por toda a narrativa que se integram bem a essa nova história. Assim, Ghostbusters: Mais Além funciona perfeitamente como um revival, homenageando fãs que se encantaram com a franquia nas décadas de 80 e 90, mas abrindo portas para um novo público e, com sorte, para mais projetos nesse universo.

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